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quarta-feira, 24 de abril de 2013

A falta que a falta faz


Não sei o que dizer, talvez por nunca termos tido essa necessidade de verbalizar. Mas sei o que sentir. E sinto. Sinto muito. Sinto por termos nos perdido nos olhares que tanto nos explicavam, por termos aprendido a lidar tão profundamente com pontos e vírgulas digitados; e ao mesmo tempo tão analfabetas sentimentalmente, emocionalmente, oralmente. Me fazem falta os mates madrugueiros repletos de sentido, cevados na nossa leveza juvenil, curtido na nossa energia sentimental e infantilmente crente no amanhã, que só por se fazer iminente, nos bastava. Nos bastávamos. Choro baixinho de saudade. Procuro nos cômodos do apartamento por lembranças daquele tempo, procuro por sinais do que fomos, busco um espaço nesse lugar que me foi tão familiar, e agora me parece tão distante de um lar.

Quero entender, consertar, decifrar e me encaixar nesse mundo psicodélico que eu ainda não me sinto metade. Quero poder falar o que sinto e ouvir o que tens pra me dizer, quero que tenhas o que me dizer e o digas. Em qualquer momento, em quaisquer das luas. Quero teu colo e os nossos ombros sempre amigos para absorver as lágrimas desse mundo estranho que nos rodeia e com o qual não sabemos lidar. Quero os planos, os sóis, as boas saudades, as boas músicas, os bons drinks e um bom futuro. Quero teu riso frouxo e feliz se encaixando nos meus dias cinzas. Quero te sorrir frouxo e feliz pra me encaixar nos teus dias cinzas.

E se não der pra ser de novo assim, se não puder ser agora, só quero que tenhas a certeza de que eu te amo, mesmo sem sentir o amargo daqueles mates, mesmo engolindo palavras que não tivemos tempo de dizer, mesmo estando confusas e sem ter um porquê. Te desejo paz e que os teus caminhos nunca se desviem das minhas estradas bipolares e que nunca nos aproximemos demais do tal círculo da noção.

O mundo ainda é nosso, preste atenção nos sinais, acredite e nunca vá embora. Promete?

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