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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Sucré


Eu não comia, você sabia e me trazia chocolates. Eu não dormia, você sabia e me ligava apaixonado. Eu chorava, você sabia e aparecia só ouvidos. Eu sentia frio, você sabia e me aquecia. Eu queria o mundo, você buscava pedaços e me trazia. Eu queria fugir, você sabia e ia junto. Eu resmungava, brigava, reclamava e te batia, você sabia os meus porquês e sorria.
Você sabe, sempre soube e sempre saberá tudo de mim. Sabe a hora de calar e de me abraçar. Sabe de cor as sardas que pintam o meu corpo. Sabe exatamente o que dizer. Sabe da minha alma, bonita e feia. Sabe todos os meus sorrisos e caretas. Sabe minhas dúvidas e medos. Se sabe em mim. Você me reconhece e eu me reconheço em ti. Pelo menos há dez anos, desde quando nos (re)conhecemos, até o fim. O fim que a vida irá impor, pois não sabemos dizer adeus, seguiremos em frente sendo sempre nós, espíritos livres e entrelaçados. Corações chorosos e apaixonados. Você sou eu e eu sou você.
Não há ponto final, não há distância para tanto sentir.

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