Eu não comia,
você sabia e me trazia chocolates. Eu não dormia, você sabia e me ligava
apaixonado. Eu chorava, você sabia e aparecia só ouvidos. Eu sentia frio, você
sabia e me aquecia. Eu queria o mundo, você buscava pedaços e me trazia. Eu
queria fugir, você sabia e ia junto. Eu resmungava, brigava, reclamava e te
batia, você sabia os meus porquês e sorria.
Você sabe,
sempre soube e sempre saberá tudo de mim. Sabe a hora de calar e de me abraçar. Sabe de cor as sardas que pintam o meu corpo. Sabe exatamente o que dizer. Sabe da minha alma, bonita e feia. Sabe todos os meus sorrisos e caretas. Sabe minhas dúvidas e medos. Se sabe em mim. Você me reconhece e eu me reconheço em ti. Pelo menos há dez anos, desde quando
nos (re)conhecemos, até o fim. O fim que a vida irá impor, pois não sabemos dizer adeus, seguiremos em frente sendo sempre
nós, espíritos livres e entrelaçados. Corações chorosos e apaixonados. Você sou
eu e eu sou você.
Não há ponto final,
não há distância para tanto sentir.
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