Não consigo entender essa fluidez de sentimento que inunda
as pessoas, pelo menos a maioria delas. Aquela eterna necessidade de possuir
alguém como se fosse um souvenir, não entendo as infinitas e inúteis explicações,
se apenas em um olhar o mundo se explica por si só. Pelo menos deveria. São
tantos cacos de sentimentos aglomerados dentro de nós, tantas idas e vindas,
chegadas e dolorosas partidas, quando apenas ficar faria todo o sentido.
Bastava um abraço, um papo no sol, bastava uma risada perdida no meio da briga,
os olhos nos olhos e a saudade de não se sentirem durante o dia. Bastava o
bom-dia e o beijo com cheiro de sono, bastava o boa noite entre corpos
entrelaçados nos dias de frio, pensando bem, nos de calor também. Bastavam-se,
mas nunca é o suficiente. Tantos filmes, tantos livros, tantas músicas, tanto
mundo pra mim e pra você. Escolhemos apenas não conhecer. Escolhe-se não
conhecer todos os dias, quando caminhamos em frente olhando pra trás sem saber
conviver com a ausência, sem saber-se num sentir sem fim, sentindo falta de uma
verdade que nem sabe se conheceu. Tudo que se perdeu no meio do caminho, levou
junto um pouco de mim. Enquanto eu fui tropeço pra alguns, outros foram
tempestade em mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário